É relevante lembrar a importância que a distinção entre ciência e tecnologia desempenhou no universo intelectual do período imediatamente posterior à segunda Guerra Mundial. Chocada com o impacto das bombas atómicas de Hiroshima e Nagasaki, a comunidade científica deparou-se com a necessidade de distinguir ciência e tecnologia.
Ainda atualmente, são muitas as vezes em que a ciência é tida e confundida com a tecnologia. Na realidade, e apesar da sua estreita relação, estas são completamente distintas.
A ciência consiste num conjunto de verdades, logicamente encadeadas entre si, de modo a fornecerem um sistema coerente. Subjectivamente, é um conhecimento certo das coisas por suas causas ou por seus princípios. Proporciona ao Homem um conhecimento objetivo da realidade. Tal conhecimento pode e deve ser aplicado para tornar mais eficiente a produção da vida material, e tal aplicação constitui a tecnologia. Esta, por sua vez, irá contrastar com a técnica que se refere a outros recursos não informados pelo conhecimento científico, de que o homem se vale para resolver problemas práticos
Por um lado, a ciência constitui a fonte da tecnologia e fornece-lhe as formas e o saber que irão permitir criar tecnologias (por exemplo: microscópicos, tubos de ensaio, termómetros, etc). Por outro lado, o progresso da ciência está dependente dessas tecnologias que, por exemplo, permitiram a criação do termômetro que nos possibilitou saber a ebulição e solidificação da água a 100º e 0º, respectivamente. Mas, e apesar das suas diferenças, a ciência e a tecnologia estão intimamente interligadas fazendo com que, embora seja possível fazer a sua distinção, na prática é impossível separá-las pois o desenvolvimento e o progresso de ambas assenta na sua cooperação mútua. Assim, deverão ser tratadas como uma unidade, daí o conceito…tecnociência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário