segunda-feira, 21 de março de 2011

Corpos mutantes: ensaios sobre novas (d)eficiências corporais/organizado por Edvaldo Souza Couto e Silvana Vilodre Goellner – 2. Ed. – Porto Alegre: Editora da UFRGS,2009

Uma Estética para Corpos Mutantes – Edvaldo Souza Couto
Neste ensaio, Couto discute o corpo como parte integrante dos processos de mudanças que a velocidade das tecnologias promove tanto na sociedade como no sujeito.
O autor retrata a esperança Ciborgue e o desejo que o homem tem de usar as tecnologias para fabricar o homem biônico (já visto em antigas series da TV), dando a conhecer que o homem vai  além da ficção.
O autor também nos fala sobre a esperança não apenas da salvação da pele (externa), mas a idéia fixa na recuperação dos órgãos internos de muitos pacientes que precisam de transplantes, é cada vez mais a preocupação em estudar as células-troncos (que é uma técnica que além de evitar as rejeições é fácil e barata), que irá solucionar outro grande problema que é a doação de órgãos .
Faz uma contra partida em que o homem não está apenas preocupado na salvação da vida, também está de olho na aparência capitalista que esse corpo proporciona. Cada vez mais há exploração comercial do corpo, e é neste contexto que as pessoas passam a ser vistas como mercadoria.
Finaliza nos fazendo ver que a estética do corpo mutante hoje é muito grande, que as pessoas estão cada vez mais preocupadas e com pressa em aperfeiçoar, redesenhar o seu corpo como desejo individual e adotando as tecnologias mais modernas, para redefinir e promover o corpo tão sonhado.





O Percurso do Corpo na Cultura Contemporânea – Malu Fontes

Este artigo a autora nos fala da abordagem do corpo feminino deficiente em oposição aos padrões corporais idealizados vigentes nos meios de comunicação de massa.
Mostra os elementos relacionados à juventude e o vigor das técnicas e estratégias desde exercícios físicos as cirurgias plásticas.
O texto fala que o corpo canônico é o corpo ideal, idealizado e desejado pelos meios de comunicação e vai deparar com a mulher deficiente que precisa viver e afirmam como pessoa, mulher e cidadã neste contexto social e cultural.
O artigo de Fontes, vai mostrar as transformações sociais e políticas que possibilitaram e conduziram o corpo ao status de identidade social e pública, como o corpo passou a ser valorizado pela beleza, juventude, sensualidade e boa forma.
É este corpo canônico constituído ou alterado mediante práticas, métodos e artifícios que foram aperfeiçoados ao longo do século XX com o desenvolvimento das tecnologias e da ciência em si, que passa atender uma sociedade de consumo voltada a modificar tudo o que acha imperfeito ou diferente .
Já o corpo dissonante só será atrativo e consumível na cultura de massa quando apresentado sob a configuração de espetáculo ou denuncia, por isso que fugir dessa associação de monstruosidade real, seja via obesidade ou velhice faz com que muitos recorram à construção do corpo canônico, visto como um padrão do que se acredita ser o ideal.  




Velhice, palavra quase proibida;
Terceira Idade, Expressão Quase Hegemônica - Annamaria da Rocha Jatobá Palacios

Neste artigo a autora faz uma abordagem evidenciando as diferenças entre o que é a  velhice e a estar vivendo na terceira idade. Enfoca com precisão como as propagandas de cosméticos chegam como garantia de uma melhor aparência e vida saudável e destaca  o aumento da expectativa de vida das pessoas constatada através de dados estatísticos. Mostra que as pessoas hoje consomem mais produtos de beleza e tem uma vida ativa (prática exercícios físicos e/ou indo a uma faculdade) muito mais que os “velhos” do passado. Faz uma reflexão em relação à contribuição  do discurso publicitário em torno da beleza e como este tema é  visto no espaço cultural criando na população uma cultura de preservação através do uso de produtos ou técnicas que possibilitem o bem estar, ser velho hoje significa muito mais do que se pensa, você pode ir além das limitações que a idade antes impunha as pessoas com mais idade.
As mudanças sociais vêm acompanhadas das mudanças discursivas das propagandas e essa novas tendências  vem contribuindo para propagação dessas idéias que  o termo terceira idade  ou velhice não tem tanta importância se vivido com estilo , mesmo que o termo terceira idade signifique uma pessoa madura e atual e o termo velho identifique ultrapassado ou seja o que importa hoje independente do estado ou idade é uma melhor qualidade de vida.


Corpos amputados e Protetizados: “Naturalizando” Novas Formas de Habitar o Corpo na contemporaneidade – Luciana Loureane Paiva

A autora trata neste artigo das transformações após as suas mortes reais e simbólicas de um corpo novo ou um corpo reinventado. Ela faz uma comparação do nosso corpo com a nossa casa, onde precisamos está sempre cuidando e modificando.
Neste artigo a autora cita Le Breton (2003) onde o corpo é visto e orientado, e o individuo é julgado por sua perfeição ou por seu fardo (feiúra, doença ou deficiência).
Fala que as transformações do nosso corpo podem ocorrer por vontade própria ou independente de nossos desejos como no caso de acidentes ou doenças,pois pode-se hoje através das tecnologias renovar ou trocar “peças envelhecidas” ou mesmo reprojetá-las para se conseguir um corpo dito perfeito. .
A autora apresenta um trabalho   com um olhar voltado para as intervenções de técnicas cirúrgicas que opta por abordar os corpos amputados e o uso de próteses funcionais, este estudo desenvolvido em uma clinica privada especializada na reabilitação e protetização de pessoas submetida a amputação de um segmento corporal, procurando entender os efeitos produzidos pela amputação do corpo e na vida dessas pessoas. Esse estudo foi feito com um grupo de pacientes  que passaram por esse processos causado por diabetes ou acidentes onde eles estavam passando por um processo de adaptação  e ajuste para a colocação da prótese.
Os entrevistados compartilham suas histórias abordando suas vivências  ocorridas antes perfeitas ou normais e hoje amputada e como lidar com essa nova identidade, onde a superação do seus limites será a luta constante do seu destino.
Mostra que o indivíduo passa por um processo de aceitação  e (re) familiarização  desse novo corpo onde será julgado  no olhar do outro, onde será necessário um novo ressignificado para sua nova vida.
Também trás a importância da tecnologia nessa invasão no território  produzido conhecimentos biológico  na evolução biotecnologia – tornando o corpo lugar de privilégios das técnicas e o destino certo das maquinas.
Faz uma relação como é difícil em adaptar a prótese inicialmente no corpo e como a mesma passa a fazer falta no corpo à medida que o tempo passa e este se adapta ao seu uso. Mostra o incomodo que ela causa diante do olhar das pessoas e seu olhar ao se ver como um homem meio máquina. 

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