terça-feira, 12 de outubro de 2010

Resenha sobre o livro: Educação e Cibercultura

Educação e cibercultura
Organização: Lynn Rosalina Gama Alves
                        Jamile Borges da Silva
O presente livro apresenta uma coletânea de textos que abordam a iniciativa da secretaria Municipal de Salvador em adotar as tecnologias como suporte pedagógico, a trajetória do projeto implantado, suas implicações, dificuldades, desafios e perspectivas. Ainda neste livro é retratada a importância da formação do professor redimensionamento/ revisão do currículo dentro das escolas.
1.       Internet nas escolas: Uma utopia digital – Jamile Borges da Silva/Lynn Rosalina Gomes Alves
Neste artigo as autoras nos reportam a importância do envolvimento dos professores para a efetivação do projeto Internet nas Escolas, iniciado na Escola Novo Marotinho situada na Periferia da nossa cidade.
Ela traça a trajetória do Projeto e suas implicações como a formação do GEP (grupo de Estudos Permanente) com o objetivo de dar uma formação pedagógica aos docentes do PIE ( Projeto Internet nas Escolas) e sua reestruturação surgindo em seu lugar o PETI(Programa de educação e Tecnologias inteligentes). A intencionalidade não era utilizar a tecnologia como ferramenta e sim como suporte pedagógico nas escolas.
Então , o percurso deste projeto levou a produção de textos que culminaram na elaboração do livro Educação e Cibercultura com o objetivo de formar
Professores - pesquisadores que se sintam parte do processo e como tal capazes de fazer inferência, mudanças, dialógicas, entre outro como esse novo universo itinerante e interativo.                                                                                                                            
Enfim a escola não pode ficar alheio,estáticos às novas tecnologias, pois como autora nos traz este projeto é uma “utopia” possível de ser concretizada, vivida e sentida.
2.       Escola: incluindo ou excluindo?? Batya Ribeiro dos Santos
O texto retratado pelo autor nos mostra que as tecnologias surgiram dentro da escola para avançar o processo de aprendizagem, já que ao longo da história a escola continua ao invés de incluir os nossos alunos acabam por excluírem.
Com a globalização, as tecnologias aparecem como um processo/ movimento sócio – político de derrubada de fronteiras sejam elas físicas ou ideológicas e a sociedade passa a falar uma mesma linguagem, mas é preciso ficar atento porque o controle continua na mão dos mesmo que sempre estiveram no poder.
A escola pode e deve entrar como estruturante para formação do individuo desse novo mundo, tem que se instrumentalizar para atender a demanda desse novo contexto.
Como já foi dito por Levy “a escola é o estoque, porque é um saber completo e acabado”, “o que se aprende não pode ser modificado o saber é absoluto”.  
Não cabe mais ao professor o papel de detentor de todos os saberes , ele deve promover a autonomia e a participação do aluno no processo de formação , criando seres humanos pensantes, criativo , critico responsável pela construção do seu conhecimento.
O grande desafio é a transformação do currículo com a chegada das TICs. Para mudar a escola é necessário que os atores que participa destas mudanças, aprendam a construir conhecimentos.
A escola publica sai em desvantagem porque enfrentam problemas de todas as partes, seja por falta de recursos, seja por desinteresse. Com isso a escola continua formando excluídos, o sem acesso as novas tecnologias.
3.       A Escola e as tecnologias inteligentes – Edna Soares Barretto
Neste artigo a autora faz um panorama do mundo atual e a velocidade em que estão ocorrendo às mudanças e formação de uma sociedade do conhecimento e que a escola não pode mais ficar alheia e deve perceber que o professor neste contexto assume o papel de mediador do conhecimento ajudando o aluno a aprender, apreender e compreender o mundo.
A autora neste contexto nos reporta ao uso das tecnologias inteligentes, focando a internet já fazer que parte do cotidiano de todos nós.
A internet permite um universo de ações que não se limita a comunicação e surge nas escolas encantando os alunos e professores, com a característica de elemento estruturante redimensionando a pratica pedagógica nas escolas. Ao mesmo tempo a  autora nos traz duvidas quanto a escola estar preparada para este novo horizonte que a internet possibilita a ela.
Neste artigo percebe-se a quanto é importante que a escola redimensione sua pratica e busque um suporte para que possa usufruir de forma satisfatória todas as possibilidades que esta rede proporciona. O currículo neste novo contexto necessita ser revista e repensado para que obtenha o sucesso desejado.
4.       Computadores e internet na escola: O que muda? – Joselito Lima de Souza
O autor faz uma analise critica da forma compartimentalizada e fragmentada do currículo dentro da escola e aponta o professor como mero reprodutor dos interesses da classe dominante, ao não repensar sua pratica de forma critica e transformadora, assumindo uma postura passiva e permissiva  diante desta realidade.
Com a chegada da tecnologia nas escolas, o professor deverá rever a sua pratica e com isso rever a sua formação para que ele possa acompanhar esse novo cenário, pois é um desafio que ele necessita acompanhar e superar passando a mediar o conhecimento e potencializar as ações desenvolvidas por ele e assim contribuindo de forma efetiva para a construção do saber dentro da escola com a troca de experiências de todos.
Dentre três abordagens quanto ao uso das tecnologias dentro das escolas, a que mais atende as nossas expectativas é a terceira, pois mostra o papel que a escola assume levando o aluno a “aprender e aprender” sendo o docente o mediador deste conhecimento, haja vista que diante desta abordagem o currículo se torna vivo, itinerante, flexível e dinâmico, utilizado a tecnologia para dinamizar este processo.
5.       O professor a as tecnologias intelectuais: Uma parceria que pode dar certo. – Gabriel Nascimento
O autor nos mostra que a tecnologia já faz parte do nosso cotidiano e cada vez mais é necessária nos apropriamos dela.
Com o surgimento dos laboratórios de informática e tecnologia na nossa escola, torna ainda mais necessário o repensar da nossa pratica pedagógica, já que somos filhos de uma escola tradicional e somos pais de filhos tecnológicos onde nossos alunos “metade do que aprende é através da imagem” como afirmam pesquisa feita por norte americano.
Neste contexto não cabe mais ao professor olhar as tecnologias como concorrentes e sim como aliadas, não pode deixa o medo dominar o novo. Tem que buscar novas práxis para uma re-construção do seu saber.
O professor agora tem um grande desafio para assegurar essas mudanças com a chegada da escola informatizada. Só acontecerá mudança se o professor resgatar o prazer de ensinar e aprender través da ressignificação da sua pratica pedagógica, é preciso coragem e muita luta para mudar.
6.       Uma reflexão sobre currículo e tecnologia inteligente na Rede Municipal de Educação de Salvador – Talamira Taita R. Brito

Neste texto a autora começa fazendo uma reflexão do mundo que está em constantes mudanças, nos mostra que este mundo está inteiramente globalizado, com processo rápido de informações, mas como escola instituição social não está exercendo o seu papel, já que vem deixando de ser um espaço de produção de saberes para ser apenas reprodutora dele.
Coloca uma preocupação na implantação no projeto Tecnologia Inteligente na Rede Municipal de Ensino de salvador, onde analisa o currículo, levantando um pouco  do histórico das implantações do CEB – Ciclo Básico de Ensino e do PEB – Programa de educação básica, que até o presente momento não existe um documento que deixe claro na concepção do currículo do próprio município, fazendo com que muitos professores não entenda ou não se aproprie do processo.
Não que seja contra ao processo das TI na Rede Municipal, acredita que essa é a forma de finalmente concorrer com o ideal, que é a democratização do acesso as tecnologias e comunicação, mas é necessário trazer as TI para dentro da rede com uma visão de currículo bem esclarecido – Pensar o currículo como um hipertexto – que considere o mundo fora da escola como via de acesso ao conhecimento.
O texto deixa claro que é impossível fala de TI sem repensar a área do currículo, tem que traçar os rumos da escola, do papel político do professor e aluno, e a maneira como esse conhecimento deve ser concebido e realizado.
O projeto pedagógico da rede municipal deve apresentar claro para todos, que não pode ser do interesse da minoria para que aconteça como um processo da mudança social.


A coletânea textos é interessante, mais um pouco repetitiva.
Gostei muito do ultimo texto que faz a analise do papel da Rede Municipal de Ensino dentro do  currículo referente a implantação das TICs  nas escolas municipais de Salvador, acho muito válida a preocupação da professora, também sinto  que as coisas acontece na prefeitura de para queda, espera que essa nova proposta tenha  inicio, meio e fim, e que realmente aconteça uma reformulação do currículo.

Um comentário: